sábado, 9 de julho de 2011

Mar imenso



Hoje viajei até à costa, na minha imaginação, passei umas boas horas à beira mar.

E que bom poder mexer na areia, tocar na água, retocar a espuma, alisar os seixos....pintar pode mesmo ser um prazer físico para lá do estético.

O quadro é grande, tem 80x 40, dá uma ideia de imensidão, necessária para o que eu queria fazer. Ter o mar na minha parede é quase como o pão na minha cozinha...preciso dele.

Vou pô-lo no meu quarto.

E ouvirei esta música...para me embalar....

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Um evento interessante no VIVACIDADE


Como já disse várias vezes, não sinto especial apelo por eventos sociais, prefiro estar a tomar um café sozinha ou acompanhada na Foz, do que sentada numa sala apertada e cheia de gente a ouvir pessoas, louvando o trabalho deste e daquele, trabalho esse que pode ser apreciado por nós individualmente, sem aparato.

Hoje, porém, o evento a que assisti no Vivacidade impressionou-me. Pelas pessoas envolvidas. Pessoas que sentem e transmitem sem qualquer vedetismo ou petulância o interesse e empenho com que fazem coisas.Pessoas que admiro. De quem gosto muito.

Fernando Gouveia escreveu o seu primeiro livro, Na Kontra , Ka Kontra (Encontros e Desencontros), instado por amigos, que com ele partilharam dois anos de África. O livro é pequeno, apetece ler...provavelmente vou faze-lo logo que acabe de escrever esta entrada. Apresentou-o com enorme emoção, sem qualquer espécie de orgulho, mas como se tivesse cumprido uma obrigação para com a sua Guiné, que o marcou e que ficará para sempre na sua memória. Dizendo que não sabia escrever e, ainda menos, falar, falou bem e ainda escreveu melhor...

Foi um evento duplo, visto que se inaugurou também uma exposição de fotografia do mesmo autor muito especial: Flores que não existem. Não existem, mas estavam bem palpáveis, ali nas paredes do Vivacidade, enchendo de odores silvestres e cores singulares o ambiente. As fotos falam por si, ainda que as minhas tenham reflexos por causa do vidro. Para quem gosta de flores e de fotografia, a expo éum regalo para os olhos.

Toda a família estava reunida, a minha amiga Regina igual a si mesma; é alguém que me transmite Paz sem ter de falar muito. U dos filhos, Nuno, tocou e cantou 4 canções dos anos 60-70 com uma sonoridade e modéstia notáveis. É bom partilhar estes momentos.

O montante coseguido pela venda dos livros e quadros destina-se a melhorar a vida das crianças guineenses, que estudam em condições muito difíceis, num país ainda marcado por anos de guerras.

O Vivacidade contribui muito para que a Vida seja menos cinzenta. É bom ir lá de vez em quando. A Adelaide e a Helda estão mais uma vez de Parabéns. Obrigada às duas.

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Optimus Alive - Crisis Dead


Tenho andado em picardias no Facebook por causa deste festival que vai durar até Sábado no Passeio Marítimo de Algés e que ontem esgotou com 50.000 pessoas a ouvir música, a dançar, cantar e vibrar durante horas a um dia de semana, pagando a módica quantia de 50 euros por bilhete.
No mesmo dia, o PM levou "um murro o estômago" ao ver a agência Moody's cortar ainda mais o valor da nossa economia, que já está na categoria de LIXO e ainda pode ir parar a uma incineradora, se continuarmos a ignorar a situação, cantando e bailando ao som das bandas pops, que agora fazem de Portugal um paraíso acolhedor.
Ainda me lembro de Frank Sinatra e Júlio Iglésias terem sido impedidos de cá vir por serem proibitivos os cachets que pediam. Havia uma qualquer lei que não permitia excessos desse cariz.
Agora não. Lisboa apresenta um palmarés de concertos exorbitantes, quase todos esgotados, com bandas dejá vus (ou entendus)dos anos 60 - Pink Floyd, por exemplo - e festivais que duram dias. Para assistir, pagam-se uns 129 euros, quase o montante da reforma de algumas pessoas que trabalharam uma vida inteira em Portugal.

Isto não pretende ser demagógico nem político, mas acho que é imoral gastar-se tanto para pura diversão, quando há pessoas que neste momento estão a sofrer e a pagar com os seus impostos a sobrevivência deste país.
Mas não, os pais acham que os seus jovens têm de esquecer as agruras dos estudos ( pagos por eles), a ausência de perpsectivas de futuro ( já a contar com a herança dos progenitores), o drama do desemprego ( fazer trabalhos com esfregona em casa é que não, dizia uma mãe no telejornal acerca da filha calona), a emigração (com bolsas de estudo que duram uma eternidade), etc.


Sempre adorei música. Oiço-a todos os dias. Quando posso vou a alguns concertos, mas desde que o bilhete não exceda os 20 euros. Não acho que se deva proibir eventos, mas fomentá-los deste modo não é contribuir para o enriquecimento da cultura, mas para o empobrecimento moral - ainda mais - do país, que já está na bancarrota.
Basta de manifs no Rossio, basta de protestos bacocos contra o regime, é a altura desta gente nova compreender que entre a felicidade conseguida a pulso pelos Pais e aquela que eles recebem ou querem de mão beijada, vai um mundo. Um mundo de valores, de princípios, de trabalho, empenhamento e esforço, que não pode nem deve ser ignorado nem branqueado pelos nossos filhos e netos.

No reino da fantasia

Hoje ao vir do Cidade do Porto, passei pela loja de artigos de arte e trouxe novas bisnagas, pinceis e uma tela quadrada. sentia-me com vontade de pintar...não sei porquê, queria experimentar outro estilo, tentar outras cores, métodos...
Não sou pessoa para fazer o mesmo quadro muitas vezes, embora já tenha repetido o tema do mar e das árvores muitas vezes. Quanto a abstractos, são todos diferentes, mesmo quando as técnicas usadas são iguais.

Hoje usei os meus dedos em vez dos pinceis, como as criança fazem na escola. Fi-lo eapontaneamente , molhando as pontas e tirando a tinta directamente das bisnagas. Gostei do efeito e fui completando até ter um quadro que me diz alguma coisa.
Enviei uma foto a um amigo meu inglês e ele não acreditou que só tivesse usado os meus dedos. Mas é verdade!

Ainda não lhe pus verniz nenhum, talvez o deixe assim mate.

E porque gosto muito deste poema de Sophia Mello Breyner, transcrevo-o aqui a acompanhar o quadro, que, provavelmente, nada tem a haver com ele.

Bebido o luar, ébrios de horizontes,
Julgamos que viver era abraçar
O rumor dos pinhais, o azul dos montes
E todos os jardins verdes do mar.

Mas solitários somos e passamos,
Não são nossos os frutos nem as flores,
O céu e o mar apagam-se exteriores
E tornam-se os fantasmas que sonhamos.

Por que jardins que nós não colheremos,
Límpidos nas auroras a nascer,
Por que o céu e o mar se não seremos
Nunca os deuses capazes de os viver.


Chamei-lhe No Reino da Fantasia.

quarta-feira, 6 de julho de 2011

A igreja e o mundo consumista


O site Woophy organiza este mês o seu challenge ( desafio) habitual, que consiste em se tirar fotos no espaço de 14 dias sobre um determinado tema. É muito interessante e tenho participado quase sempre, embora só uma vez o tenha ganho com uma foto tirada no atelier de pintura.
Este mês o tema é Igrejas.

Fui hoje ao Shopping Cidade do Porto e lembrei-me de levar o Ipod para o caso de se proorcionar tirar fotos. Foi pena não ter levado a máquina, pois acabei por tirar umas tantas, mas a qualidade é sempre inferior.

Tirei umas sete fotos à igrejinha que fica encostada ao shopping e ao restaurante Casa Agrícola. Por coincidência, ao dar a volta à igreja, dei com um grafitti muito giro, pintado na parede contígua com as imagens de Adão e Eva no seu estado natural - com parra, claro - e essa visão provocou-me logo um ataque de riso e uma enorme vontade de tirar uma foto original.
Nunca entrei nesta igreja, pois está sempre fechada, mas vejo muitas pessoas entrarem para o Cidade do Porto, local bem animado à hora do almoço, com lojas simpáticas, entre as quais a Livraria Leitura, restaurantes vários, o super Froiz que me traz tudo a casa uma vez por mês, etc.
A igreja reflecte-se na parte superior do edifício, que é dum azul lindíssimo, e dá a impressão de que foi construída dentro do próprio shopping. O efeito é extraordinário, já tinha visto algo semelhante, embora muito mais belo em Boston, com a Trinity Church que se espelha na torre Hancock, criando um espectáculo de cor e reflexos impressionantes.
Aqui está o resultado do meu passeio de hoje.Foi no mínimo diferente do habitual.:))

Tarde de lazer


Felizmente, chegaram as férias e os telejornais em vez de falarem apenas de números catastróficos, também fazem reportagens sobre modos alternativos de se passarem férias. Ainda há quem faça glamping - camping de luxo - em locais lindíssimos, rurais, com espaço para descanso e meditação.

Enquanto não vou até lá abaixo, aproveito os bocadinhos de sol por aqui. Cada vez aprecio mais os espaços verdes que me rodeiam.
Os meus netos sempre gostaram de ir brincar para o jardim à volta da Faculdade de Ciências, a que eles chamam o "departamento", pois era lá que o Pai trabalhava antes de ir para a Feup.
Um dos meus netos até tem um local privativo, a que chama escritório, por baixo de árvores, onde colecciona pedrinhas, folhinhas e outros troféus.


O jardim é lindo e se estivesse mais cuidado, poderia ser um dos locais alternativos ao Botânico que fecha as 6 todos os dias. Ouvi música enquanto passeava por ali, desta feita, um cantor irlandês de baladas que me fazem sonhar com paisagens verdes e bucólicas.
Aqui ficam algumas fotos do passeio, que hoje me deu um prazer inusitado e cheio de paz.

Também podem ouvir uma balada de Alasdair Roberts:

terça-feira, 5 de julho de 2011

Fotógrafos: César Augusto


Quando se passeia pela net, sobretudo nas redes sociais, mas também pelos blogues, que são um mundo infindável, descobrem-se sites fascinantes, surpreendentes mesmo. Uma amiga minha colocou umas fotos dum edifício do Porto, chamado DKW, em Sá da Bandeira. As fotos dela eram belas, a preto e branco. Curiosa, procurei o nome do arquitecto que o concebeu, Arménio Losa,já falecido, com obra muito conhecida no Porto e não só. Fiz então uma pesquisa sobre os edifícios em questão , descobrindo quem os fotografou e até já expôs as suas fotos na Cadeia da Relação.
Muitas delas estão num dossier fabuloso do Flickr., um site de fotografia muito popular do Yahoo, sob o nome de César Augusto Mainstream.Contém 1774 fotos excelentes.

http://www.flickr.com/photos/poesia/with/5777728341/
Infelizmente, or razões de copyright, não dá para gravar, de modo que só posso colocar aqui umas pequenas, mesmo citando a autoria. O mais interessante neste album é que o fotógrafo apresenta cada uma das suas fotos ( só da Casa da Música são 170) com um poema, pensamento, citaçao ou texto a propósito, o que enriquece muitíssimo o espólio.

Todos os dias esta net é uma caixinha de surpresas. Também possibilita a cópia, ou seja, há amadores que vão aos edifícios, ruas, locais e tiram fotos iguais às que viram ( nunca conseguem a mesma perspectiva) e depois colocam-nas no FB, como grandes realizações pessoais. É triste e há que estar atento a estas " pequenas ou grandes fraudes". Gosto de aprender com grandes artistas, mas nunca me passaria pela cabeça copiar uma obra exactamente como o original e declará-la minha.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Filmes franceses



São diferentes dos americanos e dos ingleses. Têm um "je ne sais quoi" que me atrai e é raro não gostar de algum ou sair a meio, como já me aconteceu com filmes americanos.
Vou já com a predisposição de que não há grande suspense, nem muito ritmo, música estrondosa ou paisagens de sonho. Vou para encontrar alguém, viver a sua vida por alguns momentos...pessoas anónimas ou estranhamente dejá vus, que contém alguma densidade e falam bastante, actores na sua maioria desconhecidos do grande público - à excepção de um ou outro - mas muito credíveis e duma naturalidade surpreendente.
Em tempos vi muito teatro francês no cinema Tivoli, em Lisboa, do 2º Balcão, que era o único que podia pagar. Adorava a comédia e não só, a verve, a aparente simplicidade dos decors, mas principalmente a naturalidade dos actores.
Ainda me lembro de Daniel Gélin em La P. Respectueuse e Huis Clos de Sartre, que tinha lido na lingua original na FLUL.
Vi muitos filmes franceses na minha juventude. Praticamente todos os que passavam em Lisboa e não eram censurados.

O que vi hoje " Les Petits Mouchoirs", mal traduzido por Pequenas Mentiras, não seria admitido no tempo de Salazar...nem pensar. A tradução deveria ser " Lágrimas de crocodilo" na minha modesta opinião, mas não ma pediram.
Não gosto de ser spoiler e de contar os filmes que aconselho ver, , mas adoro criticá-los e analisar ou reflectir sobre eles.

Este filme é tão real que por vezes, dei comigo a pensar em situações semelhantes que se passaram comigo ou com a família e amigos, ambientes em que a tensão se avoluma até explodir ou alguém faz rir subitamente todo um grupo de pessoas sérias.
Passei férias na Praia da Luz com os meus filhos já adolescentes e amigos deles estrangeiros ou portugueses ( chegavam a acampar na parte inferior do nosso jardim). Hoje vieram-me à memória muitos momentos similares,daqueles que só acontecem nas férias quando as pessoas são mais genuínas, estão mais relaxadas ou estranham negativamente o facto de se verem a toda a hora e momento.
É um filme que dá que pensar. Sobre a amizade e as relações modernas.Um filme sobre pessoas, com paisagem e música excelentes. Do melhor que tenho visto...e este ano já vi alguns excepcionais.

Fica aqui o trailer para aguçar o apetite:

Flores e mais flores

Nunca me canso de fotografia...é um mundo sem fim e poderíamos ter grandes hipóteses artísticas noutros países, como nos EU, onde há galerias colectivas, cada pessoa tem a possibilidade de expor temporariamente as suas obras sem pagar, o ambiente é informal, com cafés ou chás oferecidos aos visitantes.Tudo em prole do talento individual.Em Boston, a Newsbury Street é uma dessas zonas, uma rua só de galerias, mas não como a Miguel Bombarda,aqui, onde o snobismo ou elitismo são reis, o visitante sente-se quase humilhado diante das obras exorbitantes dos pseudo-mestres da pintura portugueses. Nunca percebi porque é que a Arte em Portugal há-de ser monopólio de alguns, os bem-queridos da inteligentsia cultural portuguesa e se despreza tantos e tantos pintores amadores, que são tão bons ou melhores do que esses. Lembro-me sempre da minha Amiga Teresa Vieira, cuja obra é excepcional e de quem nunca ouvi falar nos jornais de arte. Enfim...

Hoje dediquei-me às iris e às hortenses. Ambas as colagens foram feitas a partir duma ou duas fotos tiradas por aqui. Penso que são belas, tanto uma como a outra. A de hortenses poderia ser uma pintura. Pode ser que tenha coragem de a fazer.

domingo, 3 de julho de 2011

Ainda as colagens de fotos

Outra experiência interessante é a colagem por justaposição. Os efeitos que se conseguem são incríveis, criativos, para não lhes chamar obras de arte. Se quiséssemos pintar rosas ou iris, não conseguiríamos dar-lhes este glamour.

A rosa é uma flor perfeita, cada pedacinho é uma joia aveludada, cheirosa, cheia de cor e vida. Quem é que não gosta de rosas? E se as há de todas as cores, como não gostar delas?



E aqui fica uma das canções que mais me fez e faz vibrar na voz de Richard Anthony: Aranjuez , mon Amour, uma adaptação do concerto de Joaquin Rodrigo, que o tornou ainda mais popular nos anos 60. Ouvi-o cantar no Tivoli em Lisboa e a audiência chorou.

As fotos minimalistas

No Facebook, há fotógrafos que se consideram minimalistas e cortam as fotos de tal modo que conseguem efeitos fantásticos.
Ando com vontade de tentar essa via que é quase inesgotável... e hoje experimentei fazer duas colagens, uma com pedaços de fotos do jardim botânico, outra com peças de automóveis, que tirei aqui na rua.
As fotos originais são dez ou vinte vezes maiores do que o pedacinho que aqui se vê, mas não têm por vezes o mesmo encanto.



David Hockney, pintor inglês, de que já falei aqui fazia murais enormes com cortes de fotografias ou das suas pinturas. Gosto muito desta sobre Paris.

No reino cor de rosa



Hoje vivi um dia feliz.....daqueles que só de vez em quando nos são dados, como se fosse proibido sermos demasiado mimados.
Passei-o com os dois filhos "pródigos", que fizeram a sua vida normal mas estavam cá at home.
No final da tarde, uma vozinha pelo tm perguntava com ansiedade se os dois (netos) podiam vir cá até ao jantar. Claro que sim, os meus dois rapazinhos são sempre benvindos, cada vez gosto mais de estar com eles assim, sem ter de fazer grande esforço, sair de casa, apanhar calor, etc.
Por fim, fui jantar à Máscara, restaurante que serve fondue e que fica na Foz. É um ambiente quente, frente ao mar, vê-se o pôr do sol nos meses de verão. E come-se bem....

Durante a tarde, vi sozinha um filme italiano muito belo em DVD: O Quarto do Filho. Apreciei ainda mais o estar em família, gozar os meus filhos e netos enquanto posso, não perder pitada das benesses que me são dadas.

Acabei um quadro que tinha feito ontem, mas não estava a meu gosto. Acho que tem tudo a ver com esta felicidade momentânea. La vita é bella!