sábado, 5 de fevereiro de 2011

MUSE - música do outro mundo

Já aqui falei várias vezes desta banda inglesa que tem feito um trabalho excepcional dentro da música considerada alternativa. Os Muse têm canções mais ou menos audíveis, embora duma maneira geral todas elas sejam pautadas por um instrumental fabuloso, composições originais e uma voz derrapante que atinge a perfeição nalgumas canções, levando o ouvinte aos píncaros da emoção. Tenho ouvido esta banda no meu Ipod sempre que faço exercícios no ginásio e verifico que esta música exerce um poder quase hipnotizante, ajudando-me psiquicamente a aguentar o esforço físico durante uma hora.

Hoje descobri vários vídeos no Youtube que gostava de partilhar convosco porque as imagens são todas elas do Espaço, corpos celestes, estrelas, cometas, auroras boreais, cores lindíssimas, que nem a nossa imaginação e pincel consegue traduzir. Estas são três partes duma Sinfonia que Mathew Bellamy, a alma dos MUSE compôs e em que junta à sua voz e melodias pedacinhos de música clássica conhecida. É o próprio Bellamy que toca o piano.





sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Tamanho XL

Ontem e hoje dediquei-me a pintar um quadro grande abstracto, a tela já tinha sido pintada, mas não gostava do quadro. Levou-me algum tempo e deu trabalho, mas acho que ficou algo bonito e inspirador. As cores sairam surepreendentes e o fundo é dum roxo e azul que ligam bem.
De vez em quando gosto de fazer quadros maiores e mais arrojados, embora sejam muito difíceis de colocar, as casas são pequenas. Já sei quem gostaria muito de o ter, o meu irmão....a casa dele é grande e tem um corredor que é quase uma galeria!

Aqui vai com uma moldura que consegui através do Piknik ( nova faceta do Picasa):



bom fim de semana para todos!

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Utopia e realidade


Já há uns dois meses que não vou ao atelier. Pode parecer uma birra da minha parte, há quem estranhe, há quem me escreva a insistir, há quem esteja em silêncio à espera, há, com certeza, alguém que está zangado/a comigo por não corresponder ao que de mim esperariam.Não sou pessoa para obrigações, nem para dar demasiado valor ao sentido do dever - a não ser nas tarefas que a família me impôe ou a profissão me exigia outrora. Desde que me reformei há 3 anos, sinto que as minhas obrigações diárias e costumazes chegaram ao fim e que a partir dali, só tenho como obrigação fazer o que me apetece, continuando a enriquecer-me cultural e fisicamente e a ajudar quem de mim precisa, sobretudo a família.

Tenho dado grande importância ao meu aspecto físico e à saúde neste ultimo mês, prosseguindo com persistência o programa Body For Life. Cada vez que vou ao ginásio e à piscina sinto que estou a melhorar a minha performance física e que progrido face à degenerescência dos meus ossos - artroses - que me deixavam deprimida e tolhida. Já perdi algum peso e sobretudo, consigo fazer os movimentos com mais à vontade. Já aguento a passadeira a 3km por hora, o que é muito bom. Faço bicicleta durante meia hora a uma velocidade razoável e na piscina, consigo estar uma hora nadando ou fazendo a minha hidro-ginástica. Ando mais feliz desde que comecei este regime, acompanhado de dieta de seis refeições, só com carne branca, integrais e nenhuma gordura. Já não como um bolo há três semanas, nem olho para eles. Não vou ao restaurante, como sempre em casa ou sopa no café. Descobri que os cafés fazem belíssimas sopas caseiras a 1 euro. As barritas da myoplex que substituem refeições tb são óptimas. Tenho tido muta ajuda da minha nora e do meu filho que já fazem este programa há meses e estão lindos. Isso anima-me muito tambem. Fui à médica e estou a fazer um check-up completo a nível de exmes básicos.

O tempo tem estado magnífico e só isso já é um autêntico hino à actividade física. Apetece andar a pé, passear, estar ao ar livre.

O atelier ultimamente só me trazia frustração. Em tempos, sentia que aprendia muito, talvez porque fui para lá com a ideia de que seria como na Paleta, onde as pessoas eram quatro ou cinco e o professor empenhava-se muitíssimo na nossa progressão, falando de nós e connosco individualmente e apreciando tudo o que fazíamos com grande classe. Na Utopia, pelo facto de haver muita gente, o espaço ser relativamente pequeno e pouco prático, o ambiente torna-se um pouco confuso, conversa-se muito e trabalha-se pouco. A atenção do Professor é forçosamente dispersa.
Fica longe, tenho de deixar lá os quadros uma semana à espera de poder continuar , o que para mim se torna quase impossível. Quando começo uma obra , gosto de continuar logo. Não fiz um quadro de jeito na Escola desde Outubro. Experimentei óleo, mas achei difícil e complicado, o que não quer dizer que não venha a tentar outra vez. Em casa sinto-me mais à vontade e pinto melhor, na minha humilde opinião.
Queria acrescentar que admiro imenso todos os que trabalham a Utopia, como já deu para ver. São verdadeiros artistas, tanto a professor Domingos Loureiro - com juventude, talento e originalidade acima da média - como a Teresa Silva Vieira, uma artista de alma e coração, dedicada e preocupada com o bem-estar de todos. Agradeço-lhes o tempo e a amizade que me dedicaram enquanto lá estive. Também sinto a falta de convívio com pessoas amigas, mas essas estão aqui e continuo com elas, não se justifica ir ao atelier só para as ver.

Oiço a Sinfonia nº2 de Mahler no Mezzo: Ressurreição. Ouvi-a na inauguração da Casa da Música, sozinha, com a sala a abarrotar. Lembro-me que saí de lá a chorar de comoção e telefonei ao meu filho que estava em Munique a contar-lhe como tinha sido a experiência.
Todos nós temos de morrer e ressurgir de vez em quando. Mudar de rumo, escolher outras opções, para continuar a VIVER. A utopia tem de se transformar em realidade no nosso dia a dia, pelo menos nos anos que nos restam de vida...uma vez que já ascendemos à categoria de seniores e os anos passam num instante.

Um video com um excerto empolgante da Sinfonia nº 2 de Mahler:

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Google Art Project

O Google proporciona agora a todos os seus "adeptos" a visita virtual a dezassete museus de todo o mundo. uma colecção de obras de arte - mais de mil - que podem ser vistas exactamente como se você estivesse em frente delas no museu.
A tecnologia é a mesma de street view, que nos possibilita ver as ruas ao perto.
Uma amostra das obras de arte expostas nos museus também pode ser vista no site em alta resolução. As 17 galerias têm pelo menos uma fotografia que contém cerca de 7 bilhões de pixels. Ou seja, os visitantes do site podem ver detalhes das pinturas muitas vezes impossíveis de ser observados ao olho nu. Mais de mil obras foram fotografadas em alta resolução para o projeto. Seleccionamos a obra que queremos ver em alta resolução, lemos a história anexa e até vídeos do Youtube, quando os houver. Também podemos criar uma galeria nossa, com a colecção de pinturas que mais gostamos e partilharmos estas obras com amigos.
Entre os museus estão o Museum of Modern Art, em Nova York, a National Gallery e o Tate Britain, em Londres, e o Museo Reina Sofia, em Madrid.

Visite o site e divirta-se: http://www.googleartproject.com/
Ou esta notícia do Guardian que é completissima:http://www.guardian.co.uk/technology/2011/feb/01/google-art-project-classic-works

Já experimentei e é fabuloso. Quase se pode apalpar a tela onde o pintor fez deslizar o seu pincel. É necessário inscrever-se ou entrar com o registo do Google.

De volta a Serralves

É sempre uma fuga....como as de Bach, belas e misteriosas.
Ir a Serralves é para mim como visitar uma mesquita oriental ou uma igreja gótica. Uma experiência mística. Sobretudo quando vou sozinha e posso escolher o percurso, ignorar as vozes, embeber-me de Arte, de modernidade e saber mais.
Fui a pé para lá, 45m a andar pela Rua de Serralves que é feia, tortuosa e suja. Nada que se compare com a Av. Marechal Gomes da Costa, que é para mim, a avenida mais bonita do Porto, com as suas árvores centenárias. É lá que fica a entrada do Museu de Arte Contemporânea.

Ir a Serralves é ver dois tipos de obra de Arte: a criação do Homem, expressa em pintura, fotografia, escultura, videos ou filmes e a Criação dum God Almighty, que, segundo a minha Fé, habita na Natureza e se expressa através dela. As fotos que tirei hoje pôem a par essas duas vertentes, qual delas a mais interessante, original e digna de louvor.

A exposição " Ás Artes, Cidadãos" não me disse muito. É um documentário vastíssimo de fotografias,excertos de filmes, artigos dos jornais de época, depoimentos de pessoas, simbolos das revoluções do seculo passado, tão extensa que levaria horas a ver pormenorizadamente.É boa para quem gosta de História e de Guerras.
A exposição " Estou vivo e sou Imortal" interessou-me muito. Nunca tinha nada visto nada no género, obras que se inserem nas correntes do Letrismo e da Scotch Art, esta última supreendente dentro da técnica da colagem. O Letrismo " é um estilo artístico cujos princípios foram desenvolvidos na Roménia pelo poeta, pintor e cineasta romeno Isidore Isou, em 1942, quando o artista tinha apenas dezesseis anos. O estilo tornou-se moda e espalhou-se pela Europa. Surge como oposição ao controle de André Breton sobre o Surrealismo e estende-e ao Dadaísmo, opondo-se à palavra e à significação, buscando o onomatopaico e o fonético. O movimento ganhou força e acabou migrando também para as artes visuais, onde obras experimentais com letras e pinturas se fundiram." ( Wikipedia)

Segundo li, Gil j. Wolman, inventou a técnica da "fita-cola"; servindo-se dela, conseguiu destacar títulos, texto, fotos, anúncios, etc em tiras que são depois coladas dum modo artístico, como se pode ver nestas fotos. Felizmente tive licença de as tirar e estive à vontade durante toda a visita. O livro publicado pela Fundação é excelente e custa 30 euros, apenas. Uma bela experiência para que gosta de originalidade e de fotografia.





Dei, depois, um passeio pelo Parque vazio e repleto de sol. As árvores no inverno dizem-me muito, sempre gostei de ver os ramos esguios contra luz num céu azul safira. Não havia uma núvem, o parque é um paraíso...vou lá pouco porque opto sempre pelo mar, mas passear num espaço destes, é como disse no início, uma experiência cultural e mística, que deixa a sua marca indelével na nossa psyche.

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Floresta ao luar

Nestes dias fiz este quadro. Ao vivo é mais apelativo, aqui perdem-se um pouco as saliências, fica tudo no mesmo plano. O melhor será clicar na foto e ver em grande. Chamei-lhe floresta ao luar, pois dentro do abstracto há contornos de árvores, de um lago, da luz a entrar pelo lado esquerdo.
Foi feito em MDF e mede 35x40 cm.

Fica aqui um poema de Sophia de Mello Breyner a propósito:

Bebido o luar

Bebido o luar, ébrios de horizontes,
Julgamos que viver era abraçar
O rumor dos pinhais, o azul dos montes
E todos os jardins verdes do mar.

Mas solitários somos e passamos,
Não são nossos os frutos nem as flores,
O céu e o mar apagam-se exteriores
E tornam-se os fantasmas que sonhamos.

Por que jardins que nós não colheremos,
Límpidos nas auroras a nascer,
Por que o céu e o mar se não seremos
Nunca os deuses capazes de os viver.


E já agora acrescento mais dois poemas enviados pelo meu irmão ( obrigada!) há minutos que parecem feitos para este quadro ou vice-versa...

Formas alvas dançam na escuridão em meus sonhos.
Por entre os galhos que rangem tristonhos
vem a luz da Lua visitar o chão
para ouvir as Árvores em sua noturna canção.

Que a noite, neste momento as reúna,
Que seus espíritos voem juntos no vento
e que seja infinito o tempo
enquanto não vem o dia,
que haja apenas a magia.

No cheiro das flores nesses ares,
Nos feixes de luz nua
Se sente o amor da Lua pelas Árvores,
Se sente o amor das Árvores pela Lua.


Filipe Torresi Rissetto


Entre o luar e o arvoredo,
Entre o desejo e não pensar
Meu ser secreto vai a medo
Entre o arvoredo e o luar.
Tudo é longínquo, tudo é enredo.
Tudo é não ter nem encontrar.

Entre o que a brisa traz e a hora,
Entre o que foi e o que a alma faz,
Meu ser oculto já não chora
Entre a hora e o que a brisa traz.
Tudo não foi, tudo se ignora.
Tudo em silêncio se desfaz.


Fernando Pessoa

domingo, 30 de janeiro de 2011

O sol quando nasce é para todos

Hoje resolvi ir à Foz mais cedo do que o costume, estava uma manhã linda, sem vento , embora fria. Muni-me de casaco quente, cachecol, luvas, IPOD, máquina fotográfica, romance e telemóvel e lá fui para a paragem do autocarro. 5m depois aí estava o 204, vazio, que em 10m me pôs na Rua do Farol ( gosto deste nome...). Estive umas duas horas na esplanada a ver a maré a encher, a ouvir música e a olhar para o mar.


Pouco li. Almocei um croissant com fiambre e um sumo de laranja. Havia pouca gente cá fora porque a humidade já se fazia sentir, embora o sol fosse quente. A vista é abrangente naquele local, vêem-se os veleiros, os petroleiros como sombras ao longe, as rochas muito nítidas de cores variegadas a serem chicoteadas pelas ondas que se desfazem em espuma dum branco imaculado. Lindo!
Apeteceu-me andar a pé - já estou habituada a exercício físico todos os dias e faz-me falta! - de modo que resolvi ir até ao Farol, que em contraluz, parecia uma miragem.
Pelo caminho, muitos joggers, casais, joven a conversar, namorados a tirar fotos, pescadores, gente rica e gente pobre, tudo em sintonia. É o que mais aprecio na Foz é a mistura de gente, não há distinção entre uns e outros e o sol é realmente para todos. à vinda passei por casas antigas na Rua da Senhora da Luz ( outro nome que soa bem) e observei como são pitorescas e coloridas, embora estejam no meio de prédios horrendos , tortos e mal construídos. O autocarro já estava à minha espera na paragem, foi só subir e partir.

Ao passar pelo Jardim Botânico ainda tirei uma foto ao portão, com o jardim iluminado pelo sol e as camélias a atapetar o chão, à espera da noiva...