sábado, 21 de agosto de 2010

Adeus, Quinta da Penha, farewell, Madeira

O dia está cinzento, talvez triste por termos de ir embora. O sol espreita com medo,


a piscina tem poucos convivas, há um je ne sais quoi que cheira a despedida. Olho à volta, como que a absorver toda esta beleza e paz,poder transportá-las em mim para o Porto e lá recordar, para sempre, estes seis dias maravilhosos da nossa vida familiar.

Ficam aqui mais umas fotos que tirei ontem e um vídeo realizado por quem aprecia os cumes e as caminhadas nas levadas.

GoodBYE! Farewell, dear island.







sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Custa a acreditar


como é que esta ilha tão bela e misteriosa, simultaneamente, se mantém ainda aberta e grata aos visitantes como se fosse um presente à nossa espera, algo que nos deixa de olhos abertos de espanto, tal é o espectáculo à nossa frente.
Descem-se uns rochedos e os picos abrem-se de par em par acima do nevoeiro que paira pelos cumes, sobem-se uns degraus ou uns penhascos e deparamos com um declive de paisagem verdejante e vertiginosa a descer pela encosta, flores em cada ranhura de rocha...passa-se um túnel longo e escuro das dezenas que atravessam os montes e o quadro que se abre ao fundo é todo verde dos mais variados tons, como se nascesse ou tivesse sido plantado ali naturalmente à boca do túnel...e entre todos estes pedacinhos de paisagem, surge o azul, o imanso mar, que nos rodeia a toda a volta.

Não me canso de descobrir o encanto destes pedacinhos de Natureza ainda virgem nestas ilhas que são nossas. O mar é dum azul profundo, não há areias, a não ser as de lava, a água é transparente e cálida.

Gostava de ter conhecido a ilha no tempo do Zarco, aos marinheiros ela deve ter aparecido como se fosse o Paraíso, doce como o açucar que aqui se produziu durante seculos e cheirosa como a madressilva silvestre, que abunda nestes montes. Não havia Reid's, nem Pestanas, nem casinos, nem comércio, nem carros, nem túneis, mas já havia o mar, a floresta e os rochedos abruptos e gigantes, as árvores majestosas e as de pequeno porte.A fauna devia ser imensa, os pássaros cantavam sem medo. Havia Paz.Esta imitação de veleiro passou por aqui, junto à costa agora mesmo.Seriam assim os barcos nessa altura? E quando o mar se encapelava?


Puz aqui algumas fotos,todas minhas e pequenas pois levam séculos a descarregar. Cliquem nelas que vale a pena.

Há quem pinte aos 84 anos

Hoje no passeio que démos ao lado leste da ilha, parámos num miradouro donde se vê a ponta de S. Lourenço a extremidade mais longa da ilha, conhecida pelos seus rochedos alongados e de cores estranhas, que formam baiazinhas de azul.
Contou-nos o motorista que há uns tempos trouxera uma senhora americana de 84 anos a esse mesmo local escarpado e que ela lhe dissera para esperar por ela, se possível, até terminar a sua obra. O homem esperou quatro horas. Durante essas horas, a senhora que trouxera um cavalete, uma tela grande, bisnagas e pinceis pintou, pintou sem se cansar, nem parar. Todos os mirones que por ali passavam estavam embasbacados com a arte da obra, que , segundo o motorista, era uma cópia da paisagem maravilhosa que tinha em frente. Infelizmente, não sei quem é a pintora, nem vi a obra....mas posso mostrar-vos o que ela pintou. E deve ter valido mesmo a pena...

Quem me dera saber e poder pintar aos 84 anos!!

40.000 VISITANTES!




VOLTEM! UM ABRAÇO!

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Até ao Monte


Dantes uma das imagens mais turísticas da Madeira era a eterna foto dos cestos com 4 homens a empurrarem os turistas pelas ladeiras abaixo, como se não houvera nada mais bonito para mostrar desta bela ilha. Sempre me chocou que para ganharem dinheiro as pessoas se sujeitassem a dar cabo das costas e dos braços e que outras permitissem ser transportados dessa maneira sem necessidade nenhuma. Infelizmente esse divertimento mantém-se, embora haja agora um teleférico que sobe do Jardim Botânico até ao Monte e depois desce até ao Funchal.
O Botânico é impressionante, tanto pela flora rica e espécies raras que contém - palmeiras, quências, antúrios, estrelícias, fetos, cóleos, bananeiras, buganvílias, mimosas, árvores enormes, com raízes entrelaçadas e a perder de vista como pela sua localização a uma altura impressionante todo em socalcos e em declive. Os jardins de buxos e flores são lindíssimos, embora não sejam das coisas que mais aprecio, gosto mais dos jardins à inglesa, simples, sem floreados.
Lá mesmo em cima - porque para visitar o jardim tem de se subir e subir e subir :))-, há um miradouro e uma casa de chá com bolinhos simpáticos. Mais acima ainda fica a casa do teleférico, donde parte a cabina. Estava vazia e a minha filha e eu aventurámo-nos a entrar e sentar. Partiu logo e daí a pouco estávamos a 600 metros do nivel do mar, a pique sobre desfiladeiros íngremes e cheios de vegetação.Breathtaking, diriam os ingleses, não dá para quem tenha vertigens, mas é uma sensação muito especial.
Lembrei-me do teleférico do Tegelberg que subia as montanhas dos Alpes alemães, com uma vista de cortar a respiração. Lindo!!

O doce fluir do tempo


É espantoso como nos habituamos ao tempo das férias, que é tão diferente do ritmo normal da vida. Aqui tudo é lento, tudo é sussurrado, os ruídos são outros, neste momento com a janela aberta oiço um descarregar de pedras - ou lá o que é - aqui pelos jardins da Quinta, um ou outro automóvel que desce pela ladeira abaixo rumo ao porto, a água duma fontezinha, aqui em baixo.Vozes dispersas, que não incomodam. São 2 da tarde, dorme-se sestas, o céu está carregado, mas o ar é quente, como nos países tropicais.
Hoje entretive-me a tomar banho de mar na passagem que leva ao outro lado, cada vez que vinha uma onda rodopiava com ela, embora estivesse bem agarrada ao rail, se não lá ia eu para o meio do oceano.A rapariga da foto estava divertidíssima. A água era fresca tipo jacuzzi natural, com uma força dos diabos. Depois na piscina resolvi dar um mergulho da borda, como fazia nos meus belos velhos tempo e soube-me pela vida...não sei se logo me vou queixar das costas, mas não há nada como mergulhar duma vez só, o impacto do frio nem se sente e é como que uma massagem instantãnea. Dentro de água abro os olhos e vejo os efeitos do sol no fundo, em tons irisados azuis e amarelos, transmite-nos uma sensação de calma espantosa.
Não se ouve música aqui na Casa, a não ser às refeições, piano ao vivo, tipo Richard Clayderman, mas só jantámos cá no primeiro dia, temos variado todos os dias.
O tempo flui ao nosso gosto, não há qualquer pressão, tudo é belo e calmo. Pergunto-me se não tenho sorte demais...companhia maravilhosa que são estes dois meus filhos, nada de discussões, harmonia perfeita...logo vamos ao Jardim Botânico, depois ao teleférico. Por fim veremos o jogo do FCP-Genf na TV minuscula dos nossos quartos, comendo uns amendoins ou chocolate....é isto a que chamo férias, mesmo que seja só por seis dias, é eterno.

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

O sortilégio do mar


A piscina do hotel onde estou instalada fica em cima do mar, tem água salgada, muito pura e límpida como se pode ver nas fotos que ontem aqui coloquei. Depois dum banho em água a 22º, sentimo-nos refrescados e rejuvenescidos, sobretudo porque a enorme piscina está quase sempre vazia, muitos estrangeiros deitam-se nas espreguiçadeiras a ler ou a beber um drink, mas não tomam banho, não sei porquê. Devem achar a água fria ou não querem estragar o cabelo !!

A dez metros há a possibilidade de mergulhar no mar,




que aqui é escuro, pois há mais rochas que areia no fundo, mas cuja transparência é igualmente sedutora.

A temperatura tem estado a 23º. Hoje tirei fotos do mar...para se comparar com as da piscina. A gaivota da foto acima não tem dúvidas sobre a sua preferência. Eu tb não!Não há nada como um mergulho no mar para nos tirar toda a ansiedade cá de dentro. O cheiro da maresia é único e a sensação de espaço também.

terça-feira, 17 de agosto de 2010

O efeito hipnótico da água



Há tempos referi-me a um grande pintor inglês, nascido perto de Leeds, em Bradford: David Hockney. Comprei recentemente um livro escrito por alguém que o entrevistou longamente sobre os sortilégios da Arte.
David Hockney especializou-se em colagens , a partir de fotografias,mas também se dedicou à pintura, celebrizando-se pelos seus quadros com piscinas, procurando exprimir os reflexos da água em repouso.
Hoje , tendo passado horas junto às piscinas e ao mar, achei graça, comparar os efeitos conseguidos pela minha máquina e as pinturas de Hockney. Aqui ficam...


Paraíso terrestre



Hoje descobrimos a parte mais aliciante e não menos bonita desta quinta. Desce-se uma rampinha que é uma ruela, passa-se por uma capela muito bonita, abre-se um portão e depara.se com uma ponte muito sui generis que liga a uma torre com elevador, donde se vê a grande piscina em cima do mar. Tudo isto pertence à mesma Quinta da Penha de França, que não me canso aqui de publicitar. Desce-se de elevador e lá em baixo esperam-nos as espreguiçadeiras com toalhas ao sol ou a sombra , em cima das rochas e do mar ou mais afastadas. A vista é soberba sobre o oceano e tb sobre os hoteis, entre os quais se destaca o velho REID'S onde é suposto terem estado alojados personalidades famosas como Churchill.
Pode-se ir tomar banho directamente ao mar, passando uma pontezinha e descendo umas escadas de pedra que entram na baiazinha ( sem pé), onde se mergulha, aproveitando a água salina e refrescante do verdadeiro oceano. A água da piscina está mais fria, mas tb vem de lá e é salgada...

A felicidade deve ser isto....estar aqui, em boa companhia...e lembrar-nos que foi aqui que há muitos anos estive enamorada do pai dos meus filhos, por isso eles existem, criados num sonho que era belo.

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

From Madeira with love



É impossível não gostar desta ilha...chegámos há tres horas e já estou de novo apaixonada por tudo...pelas vistas, pelo mar azul, tão azul que até parece irreal, pelas casas antigas - das quais o hotel que escolhi é um exemplo imperdível - pelas flores que nascem nos locais mais reconditos a nossos pés, pela comida bem cozinhada e servida, as piscinas que nunca faltam em redor...enfim, privilégios de quem se pode dar a estes luxos uma vez por ano.

Há 37 anos passei aqui a minha lua-de-mel e fui feliz.
Quis voltar com os meus dois filhos para lhes mostrar o sítio, tão diferente dos hoteis típicos do Funchal. Eis aqui umas fotos que tirei, levam muito tempo a descarregar, e a que dei um jeito mais romântico. Há 37 anos não havia fotos digitais, as minhas da lua de mel são a preto e branco e estão num album a lembrar os dias felizes.

Mas hoje estou feliz...apesar de tudo há muita coisa que o tempo não apaga...